A passagem de Antônio
Conselheiro por Maceté em 26 de maio de 1893, ocorrendo sangrento combate,
morrendo militares e civis é marco da nossa história. Tal episodio é citado em
livros referenciais que abordam a temática da Guerra de Canudos como Os Sertões
de Euclides da Cunha entre outros.
O combate se insere como
importante marco no contexto pré-guerra de Canudos e o período de
peregrinação conselheirista, que se
enceraria com sua chegada a Canudos apos a passagem por Maceté. Como disse, o episódio
é citado em diversos livros, além de linguagens artistas diversas como a musica as
artes plásticas etc. No entanto ainda somos carentes de maiores informações sobre uma das figuras mais importantes que estiveram presente no sangrento
episódio, que é a figura do senhor Viana
homem de Maceté que recebeu e deu abrigo
a Conselheiro.
É no intuito de trazer novas contribuições que
este escrito se coloca, trazer ao grande público algumas informações desconhecidas sobre o
senhor Viana e sua identidade.
Na comunidade de Maceté, pouco
se sabe sobre o Viana, sobre sua
identidade e seu passado, essas informações não estão contidas na memória da
população até mesmo nos mais interessados e conhecedores sobre a história local como o senhor Manoel
Costa (seu Nel), onde já entrevistei e pouca informação tinha guardada na
tradição histórica popular sobre o Viana.
O professor José Calasans (in memoriam)
reconhecido como o maior pesquisador sobre a Guerra de Canudos, sempre preocupado em contribuir com a
história, buscando informações valiosas ele mergulha numa viagem a Maceté,
(dado indicam que em 1983), na intenção de conseguir relatos sobre o combate e de figuras
como o Viana. Ao pesquisar sobre algo
relacionado ao Combate de Maceté, encontrei recentemente um valioso texto
escrito pelo professor onde ele diz:
recente
viagem ao povoado de Masseté, proporcionou-me o ensejo de conhecer melhor a
vida de dois adeptos do Bom Jesus Conselheiro, cujos nomes não foram incluídos
na série "Quase biografias de jagunços". Viana e Luís Marancó, gente
de Masseté.
Observem que existe outro homem
da região de Maceté que também fez
parte do combate porém pouco conhecido, era vaqueiro da fazenda olho
d’agua. Percebam que anteriormente Calasans já pretendia trazer ao conhecimento
do publico no seu livro “Quase Biografia de Jagunços” onde ele descreve
diversos personagens do contexto histórico da guerra, detalhes sobre os dois
personagens do combate de Maceté, o qual trouxe em artigo posteriormente contribuições
grandiosas fazendo com que tenhamos conhecimento sobre a figura do senhor Viana,
seu nome e características, o qual ele descreve.
O
"tal Viana", em cuja casa estava hospedado Antonio Conselheiro, numa
posição elevada à margem do riacho
Masseté chamava-se Severiano Bispo da
Silva. Viana era alcunha. Homem de alguns recursos, viveu muitos anos após
a refrega de 93, não
tendo acompanhado os
jagunços na caminhada
para Canudos. Solteirão, deixou
um filho bastardo,
José Ricardo da
Costa, com inúmeros descendentes.
Calasans teve a oportunidade
de conversar com pessoas idosas de Maceté como Sr Evaristo, Possidônio, Maria
José e Manoel Correia. Os dois primeiros
respectivamente já falecidos, José Ricardo o qual o professor diz na citação é parente do senhor
Manoel dos Santos e que hoje reside no distrito de Jorro, a pessoa a qual lhe
conduziu a Maceté para pesquisa.
Segundo Calasans, o Viana deixou fama de homem
sério, bom e trabalhador. O mesmo não
sucede com Luís Marancó, homem perverso e maldoso, era empregado do senhor
Passinho, fazendeiro da região.
Os textos escritos pelo
mestre professor Calasans são de fundamental importância histórica sobre o episódio de Maceté pois nos trazem
valiosas contribuições e revela a real
identidade do Senhor Viana que se chama Severiano Bispo da Silva, até então
desconhecida em Maceté e pra muitas pessoas que não se aprofundam em pesquisas
referentes a temática. Tal revelação
nos enriquece enquanto conhecedores e admiradores da nossa história, assim como
para o conhecimento e perpetuação da
história através da juventude e demais pessoas.
Referências: CALASANS José: CANUDOS – NOTAS
ANTIGAS disponível na internet
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