terça-feira, 6 de maio de 2014

Quem era o Vianna, homem que abrigou Conselheiro em Maceté?



A passagem de Antônio Conselheiro por Maceté em 26 de maio de 1893, ocorrendo sangrento combate, morrendo militares e civis é marco da nossa história. Tal episodio é citado em livros referenciais que abordam a temática da Guerra de Canudos como Os Sertões de Euclides da Cunha entre outros.

O combate se insere como importante marco no contexto pré-guerra de Canudos e o período de peregrinação  conselheirista, que se enceraria com sua chegada a Canudos apos a passagem por Maceté. Como disse, o episódio  é citado em diversos livros, além de  linguagens artistas diversas como a musica as artes plásticas etc. No entanto ainda somos carentes de  maiores informações  sobre uma das figuras mais  importantes que estiveram presente no sangrento episódio, que é a figura do senhor  Viana  homem de Maceté que recebeu e deu abrigo a  Conselheiro.  
É  no intuito de trazer novas contribuições que este escrito se coloca, trazer ao grande público  algumas informações desconhecidas sobre o senhor Viana e sua identidade.

Na comunidade de Maceté, pouco se sabe sobre o Viana, sobre  sua identidade e seu passado, essas informações não estão contidas na memória da população até mesmo nos mais interessados e conhecedores  sobre a história local como o senhor Manoel Costa (seu Nel), onde já entrevistei e pouca informação tinha guardada na tradição histórica popular sobre o Viana.

O  professor José Calasans (in memoriam) reconhecido como o maior pesquisador sobre a Guerra de  Canudos,  sempre preocupado em contribuir com a história, buscando informações valiosas ele mergulha numa viagem a Maceté, (dado indicam que em 1983), na intenção de  conseguir relatos sobre o combate e de figuras como o Viana.  Ao pesquisar sobre algo relacionado  ao Combate de Maceté,  encontrei recentemente um valioso texto escrito pelo professor onde ele diz:
recente viagem ao povoado de Masseté, proporcionou-me o ensejo de conhecer melhor a vida de dois adeptos do Bom Jesus Conselheiro, cujos nomes não foram incluídos na série "Quase biografias de jagunços". Viana e Luís Marancó, gente de Masseté.

Observem que existe outro homem da região de Maceté  que também  fez  parte do combate porém pouco conhecido, era vaqueiro da fazenda olho d’agua. Percebam que anteriormente Calasans já pretendia trazer ao conhecimento do publico no seu livro “Quase Biografia de Jagunços” onde ele descreve diversos personagens do contexto histórico da guerra, detalhes sobre os dois personagens do combate de Maceté, o qual trouxe em artigo posteriormente contribuições grandiosas fazendo com que tenhamos conhecimento sobre a figura do senhor Viana, seu nome e características, o qual ele descreve.
O "tal Viana", em cuja casa estava hospedado Antonio Conselheiro, numa posição elevada à margem  do riacho Masseté chamava-se Severiano Bispo da Silva. Viana era alcunha. Homem de alguns recursos, viveu muitos anos após a refrega de  93,  não  tendo  acompanhado  os  jagunços  na  caminhada  para  Canudos. Solteirão,  deixou  um  filho  bastardo,  José  Ricardo  da  Costa,  com  inúmeros descendentes.

Calasans teve a oportunidade de conversar com pessoas idosas de Maceté como Sr Evaristo, Possidônio, Maria José e Manoel Correia. Os  dois primeiros respectivamente já falecidos, José Ricardo o qual  o professor diz na citação é parente do senhor Manoel dos Santos e que hoje reside no distrito de Jorro, a pessoa a qual lhe conduziu a Maceté para pesquisa.

Segundo Calasans, o  Viana deixou fama de homem sério, bom e  trabalhador. O mesmo não sucede com Luís Marancó, homem perverso e maldoso, era empregado do senhor Passinho, fazendeiro da região.
Os textos escritos pelo mestre professor Calasans são de fundamental importância histórica sobre o episódio de Maceté  pois nos trazem valiosas contribuições e  revela a real identidade do Senhor Viana que se chama Severiano Bispo da Silva, até então desconhecida em Maceté e pra muitas pessoas que não se aprofundam em pesquisas referentes a temática.   Tal revelação nos enriquece enquanto conhecedores e admiradores da nossa história, assim como para o conhecimento e perpetuação  da história através da juventude e demais pessoas.


Referências: CALASANS José: CANUDOS – NOTAS ANTIGAS disponível na internet

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