sábado, 25 de abril de 2015

Coletivo Municipal de Jovens de Quijingue realiza a segunda Assembleia Geral em Maceté


O encontro contou com a presença de 28 jovens de Maceté, Algodões, sede e Terra Branca.

O Coletivo Municipal de Jovens de Quijingue realizou na manhã deste sábado (25), na escola municipal Tertuliano, povoado de Maceté, a segunda Assembleia Geral de planejamento para execução dos trabalhos e ações do próximo biênio. O encontro contou com a presença de 28 jovens de Maceté, Algodões, sede e Terra Branca.

  


Membros do Coletivo Municipal Jovens de Quijingue
A reunião foi dividida em dois eixos: primeiro o jovem Jarbas Abreu, membro do Coletivo, trouxe temas importantes para serem discutidos em plenária: - Origem e evolução do Capitalismo, Luta de classes, Redução da maioridade penal e a tão polêmica lei das terceirizações, o PL 4330.
Jarbas Abreu falando sobre a redução da maioridade penal
Na segunda parte da reunião, tivemos mais uma vez a participação do jovem Joelnir Santana, também  membro do Coletivo, dirigindo a reunião, dando continuidade as atividades de planejamento dos trabalhos e ações do Coletivo Municipal de Jovens para o próximo biênio, que tinham sido iniciados na primeira Assembleia Geral, que aconteceu no último dia 14 de março de 2015. A Assembleia teve sua conclusão ao meio-dia.

Joelnir Santana explicando métodos de planejamento
Informações: Blog Coletivo Municipal 

sexta-feira, 17 de abril de 2015

REMEMORANDO A SECA DE 1915

Por José Gonçalves 


Cândido Portinari: Os retirantes

Há cem anos tinha lugar a seca de 15, tida como uma das piores estiagens da história do nordeste, particularmente do Ceará, onde o fenômeno se projetou com maior intensidade, assumindo proporções assaz aterradoras.

A seca de 1915, que inspiraria obras de vulto, como o romance “O Quinze”, da cearense Raquel de Queiroz, eclodiu no momento em que o nordeste ainda tentava se recuperar dos danos provocados pelas terríveis secas de 1877/79 e 1900, quando aproximadamente metade da população nordestina ou morrera de fome ou migrara para outras regiões do país, em especial para Amazônia, de onde nunca mais haveria de voltar.

Sem qualquer ação governamental que oferecesse condições infraestruturais de combate aos efeitos catastróficos das estiagens prolongadas, como ocorre ainda hoje, transcorrido já um século, a seca de 15 devastou grande parte do nordeste brasileiro, afetando drasticamente a economia regional e levando à morte milhares de seres humanos, entre homens, mulheres e crianças.

Na falta dos recursos mais elementares, as pessoas ingeriam o que estivesse ao seu alcance, como raízes, brós, beldroegas, mucunãs, insetos, ervas daninhas, e até mesmo animais infectados. Diante da necessidade extrema, valia a lei da sobrevivência, não importando ao faminto a qualidade do que era consumido.

Doenças relacionadas a esse tipo de calamidade logo começaram a se alastrar pela região, matando, sem piedade, principalmente velhos, crianças e pessoas debilitadas. Dentre tais moléstias, avultavam a varíola, o sarampo e a disenteria, além de uma série de outras enfermidades provocadas pela ingestão de água e alimento de péssima qualidade, como a enterite e a gastrenterite.

O escritor e humanista Rodolfo Teófilo, velho conhecedor do drama nordestino, assim descrevia os horrores da seca: “uma desgraçada mãe, só ossos e pelancas, morta no meio da estrada, no seio uma criancinha esquelética procurando sugar algumas gotas de leite do cadáver; um retirante animalizado, metido numa gruta, alimentando-se da carniça humana que encontrava nos caminhos; uma criança encontrada numa casa abandonada à beira do caminho, fechada na camarinha, caída de fome e chupada de morcegos, que lhe cobriam o corpo como um lençol negro; um desgraçado retirante estirado na estrada, no marasmo da fome, sem forças para mover um músculo, cercado de urubus vorazes e famintos, que não esperam a morte da vítima, mas a apressam, vazando-lhe os olhos com o bico adunco...”.

Ao invés de adotar iniciativas que atendessem o sertanejo no seu torrão de origem, evitando seu deslocamento para outras paragens, o governo, no caso específico do Ceará, optou por encerrar os flagelados em um “campo de concentração”, nos arredores de Fortaleza, onde mais facilmente poderia distribuir suas migalhas. Encurralados e reduzidos à condição de animais, aqueles homens e mulheres tornavam-se cada vez mais vulneráveis, perecendo aos centos, aos milhares, em consequência das inúmeras enfermidades, que por lá grassavam a todo instante.

Era nessas circunstâncias que, a cada dia, levas inteiras de retirantes cruzavam o nordeste brasileiro, na busca ilusória de melhores condições. Em  “O Quinze”, Raquel de Queiroz põe em cena a saga de Chico Bento que, após abandonar terra e criatório no interior do Ceará, parte com a família em direção ao litoral, na esperança de dias melhores.

Ao longo da árdua e tormentosa jornada, dita família de migrantes experimentará todos os rigores da estiagem, a ponto de presenciar a morte, em virtude da fome, do primogênito Josias. Cada vez mais mergulhados na trágica e brutal realidade da seca, e desfeitas as esperanças de uma vida melhor, distante das agruras vivenciadas no torrão de origem, também eles acabam esbarrando no famigerado “campo de concentração”, que se converteria mais tarde em “campo santo”, na palavra balizada de Rodolfo Teófilo.

Passado um século, desde aquele doloroso flagelo que se abateu sobre o nordeste do Brasil, pouquíssima coisa se fez no sentindo de combater ou, pelo menos, minimizar os efeitos nocivos da seca (visto ser esta condição intrínseca à conformação climática do nordeste e, portanto, inevitável).

Depois de 15, o nordeste voltaria a experimentar outros longos e severos períodos de seca, como os que se registraram nos anos trinta, setenta e oitenta do século passado. Os governos, no entanto, mantiveram-se indiferentes, pouco fazendo para enfrentar a questão. Neste momento em que áreas inteiras (tanto do nordeste como do sudeste) estão sendo afetadas pela falta de água e seus efeitos deletérios, quase nada vem sendo feito para solucionar o problema. Em lugar de investir em modelos inovadores de convívio com a escassez de chuvas, utilizando o próprio potencial do nordeste, o poder público teima em manter os velhos e superados expedientes, que, de há muito, contribuem para o atraso do nordeste.

Ocorre que as secas representam um negócio altamente lucrativo, havendo quem delas obtenha vantagens e privilégios. A cesta básica e o carro-pipa, irmãos siameses das estiagens, são usados sistematicamente para fins eleitoreiros, alimentando a dependência econômica e alargando o círculo vicioso da miséria. É a chamada “indústria da seca” que vive e se abastece à custa da dor e do sofrimento das pessoas menos aquinhoadas.
Urge – nunca é demais repetir – que se adotem medidas, não de combate à seca, como se propôs por longo tempo, e sim de convivência com a mesma.  Para tanto, é necessário que se construam políticas públicas capazes de prevenir os efeitos maléficos das estiagens e ao mesmo tempo preparar o sertanejo para a vida no semiárido.

José Gonçalves do Nascimento
Poeta e cronista

jotagoncalves_66yahoo.com.br

sexta-feira, 10 de abril de 2015

JOVENS BUSCAM APOIO PRA CONCRETIZAR UM GRANDE PROJETO CULTURAL EM MACETÉ

Está sendo construído em Maceté/Quijingue um grandioso projeto, considerado um marco  na comunidade e também no município pelo caráter inovador, fruto da organização coletiva dos jovens como da sua importância para educação e cultura em geral.


O  projeto se destina a organização de um Espaço Cultural, composto por uma Biblioteca Comunitária, onde as pessoas poderão ter acesso a leitura e empréstimos de livros, um Museu, onde serão preservados peças da cultura regional, além da organização de um  acervo histórico que trata da história da comunidade, como também a possibilidade de criação de uma videoteca.

O projeto teve seu embrião em 2012, quando organizamos a celebração dos 119 anos da passagem de Antonio Conselheiro por Maceté  e conseguimos diversos livros para doação entre os alunos da Escola Tertuliano, por serem muitos livros, resolvemos pensar na iniciativa da biblioteca comunitária, pois o acesso aos livros seriam difundidos de forma mais ampla para as pessoas da comunidade e demais interessadas, explica os jovens.


Durante esse período foram ocorrendo diversas doações de pessoas e instituições como a Biblioteca Pública do Estado e hoje após quase três anos, dispomos de uma quantidade razoável para darmos inicio ao projeto, com mais de mil livros.

O projeto será organizado no antigo Açougue, espaço público da prefeitura onde se encontrava inutilizado por  mais de 10 anos, sendo que é possível firmar apoio com o poder público.

Entendemos a grandeza do projeto e os frutos que poderemos construir no futuro, onde estaremos incentivando nossas crianças e demais  jovens a entrarem no mundo da leitura, como pratica importante para a formação dos indivíduos onde possam tornar sujeitos capazes de trilhar rumos promissores na sociedade.

Porém o projeto carece de apoios para se concretizar, os jovens estão fazendo uma campanha solidária para arrecadar fundos para custear a organização do espaço, além de objetos que possam compor o espaço como mesa, armário, livros, esteiras de palha entre outras.

Quem puder ajudar, segue os dados bancários

Ag- 3515 7
Cont- 1007512 2
Danrlei  Gomes de Souza

Poupança Bradesco

Segue carta dos jovens à população https://www.facebook.com/ColetivoDeJovensDeMacete?fref=ts