Por Samuel Celestino:
Como era de se esperar, a candidatura ao governo baiano pelo PT ficou com Rui Costa, noviço em política, embora militando de há muito no seu partido e de ter participado, ativamente, do governo Jaques Wagner, especialmente com a troca da chefia da Casa Civil que, com a saída de Fernando Schmidt, o cargo foi a ele confiado Tratava-se, na designação para a Casa Civil, do início do projeto de Wagner para fazê-lo candidato. No posto, funcionou como gestor e passou a conhecer os municípios interioranos, porque assumiu as principais questões da administração estadual. É afável no trato, mas a sua escolha feita exclusivamente por Wagner, criou sérios problemas envolvendo dois outros pré-candidatos, Walter Pinheiro e José Sérgio Gabrielli.
Como era de se esperar, a candidatura ao governo baiano pelo PT ficou com Rui Costa, noviço em política, embora militando de há muito no seu partido e de ter participado, ativamente, do governo Jaques Wagner, especialmente com a troca da chefia da Casa Civil que, com a saída de Fernando Schmidt, o cargo foi a ele confiado Tratava-se, na designação para a Casa Civil, do início do projeto de Wagner para fazê-lo candidato. No posto, funcionou como gestor e passou a conhecer os municípios interioranos, porque assumiu as principais questões da administração estadual. É afável no trato, mas a sua escolha feita exclusivamente por Wagner, criou sérios problemas envolvendo dois outros pré-candidatos, Walter Pinheiro e José Sérgio Gabrielli.
Não se sabe ao certo como o partido está por dentro, no que pese a
reunião-festa de sexta feira. Mas é visível que a palavra do governador
foi determinante, como ele próprio demonstrou ao anunciar a sua
preferência dois dias antes da data marcada para o anúncio, que deveria
ter sido feito ontem, sábado. Wagner fez com Rui o que Lula fez com
Dilma. Escolheu e encerrou o assunto.
O governador, desse modo, afinal colocou os pontos no “iis”e abriu o
jogo, sem esperar pelo partido, numa entrevista à rádio Metrópole.
Posteriormente, deu outros passos para colocar a sua decisão às claras,
através da rede social. Em outras palavras, lembrando Vandré, ele fez a
sua hora, não deixou o fato acontecer. Pelo sim, pelo não, para não
gerar problemas no encontro marcado pelo diretório regional do partido,
definiu antes. Isto gerou depois uma entrevista dura de José Sérgio
Gabrielli e do senador Walter Pinheiro, este na rádio Tudo FM. O
pensamento que expressou na entrevista, Pinheiro na tarde de
quinta-feira amplificou, oficializando também a sua posição com o jargão
“com que roupa eu vou à reunião do PT”, da tribuna do Senado, na quinta
feira à tar de, fez um discurso sobre o assunto, sendo aparteado por
alguns senadores que o aplaudiram. Ainda lembrou-se da lista de
Schindler. Quis dizer com a imagem do “com que roupa” algo como de que
forma iria à reunião do partido, já que tudo fora precipitadamente
decidido exclusivamente pelo governador. Coisas da política.
O favoritismo do governador por Rui era segredo de polichinelo. Foi, no
entanto, inesperada a sua antecipação em dois dias, na medida em que se
presumia, porque assim estava marcado, que tudo aconteceria neste
sábado, dia 30. Pinheiro chegou a dizer que Rui poderia ser o candidato
de Wagner, mas ele preferia ser “o candidato da lista do PT”, embora ele
soubesse que não seria bem assim, porque não será interessante o
partido se dividir, embora o governador tenha dito, no seu instagram,
que “o PT é um partido diversificado, mas que prima pela unidade”. De
certo modo, uma legenda que abriga diversas correntes, ou tendências,
que não pensam de forma idêntica, está sempre em luta interna, mas fica
unida para o publico eleitor em torn o de princípios ditados pela cúpula
da legenda. Manda quem pode.
O PT baiano está convulso, a exemplo de um rio que parece sereno na
superfície embora suas águas submersas estejam em movimento em
consequência das correntes. Creio que é a melhor imagem que posso
oferecer sobre o estado de espírito dos petistas que, embora, a
princípio, possa transparecer traquilidade, por baixo estão em reboliço
com os acontecimentos. O que, aliás, já era previsível como, deste
espaço, várias vezes foi acentuado que o partido lançou seus
pré-candidatos muito cedo, escolhendo quatro nomes para, dentre eles,
escolher um. De qualquer maneira, a precipitação gerou, como estava
escrito que geraria, inconformismos internos que chegaram também à
superfície. Não há, a essa altura, unidade petista. Há, sim, a
diversificação de pensamentos políticos , interesses que não se coadunam
porque na Bahia não há um líder onipotente, como também em outros
estados, que se ponha acima do partido. Aliás, o PT é um partido de um
só líder: Lula. E ponto final. A legenda não é plural, ela obedece ao
que Lula diz e somente a ele. Inclusive Dilma Rousseff, que é
presidente, mas não lidera, a não ser quando distribui cargos que, na
República, existem a mancheia. Aliás, Jaques Wagner disse, e eu não
entendi o significado, “que Dilma gosta dele (Rui).” E daí? O que
escrevi acima é a análise dos fatos como eles aconteceram porque, ao
jornalista tanto faz Rui, como Pinheiro ou Gabrielli. O jogo foi jogado
da forma como foi posto. Prevaleceu, no entanto, a tese da unidade e os
pré-candidatos que ficaram à margem, Walter Pinheiro e Gabrielli,
abraçaram Rui como candidato do partido. Dois mais dois deram quatro e
não cinco. Toca o bonde. Ganharam então Rui Costa e Jaques Wagner.
*Coluna de Samuel Celestino publicada no Jornal A Tarde deste domingo (1º).
*Coluna de Samuel Celestino publicada no Jornal A Tarde deste domingo (1º).
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