segunda-feira, 28 de maio de 2012

Cordel: Maceté um povoado no seio do sertão

Por: Antônio Barreto


















Peço aos anjos lá do Céu
Muita força e inspiração
Para construir meus versos
E fazer uma louvação
A um belo povoado
Bem no seio do sertão.

Um pedaço do sertão
Onde tem gente de fé
Pertencente à Quijingue
Todos sabem que ele é
Terra de um povo valente
Que se chama Maceté

Maceté é um povoado
Do Estado da Bahia
Que num passado distante
A Tucano pertencia
Mas agora é Quijingue
Que tem a soberania.

A duzentos e oitenta
Kilômetros de Salvador
Maceté, que é da paz,
Merece o nosso louvor
Que até pra Conselheiro
Foi um lar confortador.

Os primeiros habitantes
Desse belo povoado
Foram índios sertanejos
Povo sempre explorado
Pelos homens litorâneos
Naquele tempo passado.

A palavra Maceté
Foi o índio que criou
Isto é “terreno rústico”
Que a história registrou.
Esse dado é importante
Que a tradição guardou.

Outra coisa importante
Que precisa ser lembrada
É que Maceté já foi
A Lagoa Encantada
Devido a sua beleza
Nas cheias de trovoada.
 
Com a extinção indígena
Feita por exploradores
Começou o surgimento
Dos primeiros moradores
Era gente bem humilde
Formada por lavradores.

Os primeiros moradores
Foram Arcanja e seu irmão.
Os Bimbas e Cordolinos
Prosseguiram na missão.
Gabriel, Manoel Correia
Também nessa relação.

Daí então foi surgindo
A construção das casinhas
A população crescendo
Como crescem as plantinhas
E chegando muita gente
Daquelas terras vizinhas.

No ano noventa e três  (1893)
Ocorreu um grande fato
Pois Antonio Conselheiro
Teve ali um bom contato
E o povo de Maceté
Acolheu nosso beato.

Na casa do Seo Viana
Conselheiro se hospedou
E com muita gente ali
O beato dialogou
Mas logo veio a notícia
Que a policia ali chegou.

Soldados de Salvador
Atacaram Conselheiro
Porém todos os fiéis
Do nosso santo guerreiro
Enfrentaram os soldados
E foi grande o entreveiro.

Aqueles homens guerreiros
Armados de foice e facão
Enfrentaram a polícia
Com bravura e união
E mataram três soldados
Do famoso pelotão.
 
Foi a primeira batalha
De Antonio Conselheiro
Conforme diz “Os Sertões”
Este livro alvissareiro
Em que Euclides da Cunha
Explica todo o roteiro.

Depois desse acontecido
Nas terras de Maceté
O nosso grande beato
Retirou-se, deu no pé
Indo então para Canudos
Prosseguir na sua fé.

Outro fato que a história
Não pode nunca esquecer:
A presença do cangaço
Que todos devem saber
Na querida Maceté
Que agora vou dizer...

No ano de vinte e nove  (1929)
Por lá passou Lampião
Que ficou bem hospedado
Na casa do bom irmão
Que se chamava Cazeca
Homem de bom coração.

O povo de Maceté
Virgulino respeitou.
A visita foi pacífica
E ninguém se incomodou.
Quando Lampião partiu
Teve gente que chorou.

A seca de trinta e dois (1932)
Fez o povo então sofrer.
Disse então Seo Joaquim
Que para sobreviver
Até carniça e raiz
Ele teve que comer.

Os animais a morrer,
Uma seca de arrasar.
Dizem que choveu pesado
Sete dias sem parar
Mas quando parou a chuva
Houve festa no lugar.
  
Essa terra promissora
Agora vem progredindo
E muita gente importante
Por aqui contribuindo
Dessa forma Maceté
Segue então evoluindo.

Nossa professora Cota
De Maceté natural
Retornando de Araci
Pôde mostrar seu aval
Implantando em sua terra
O ensino fundamental.

Os prefeitos de Quijingue
Dão sua contribuição.
Alguns esquecem daqui
Mas outros eu sei que não.
Deve então fazer o povo
Muita reivindicação.

Um filho de Maceté
Que se chama Floriano
Sendo prefeito em Quijingue
Junto ao governo baiano
Trouxe muitos benefícios
Para o progresso urbano.

Ele foi um soberano
Que teve boa vontade
De colaborar bastante
Com o progresso da cidade.
Agora os outros prefeitos
Devem dar continuidade.

Uma terra promissora
De gente muito aguerrida
De agricultura fértil
E bastante abastecida
Jamais poderá ficar
Isolada e esquecida.

Não devemos esquecer
De Henrique Valentino
Um filho de Maceté
De coragem e muito tino
Que deu entrevista à VEJA
Com clareza e refino.
 
Esse belo povoado
Já desponta no cenário
Porque já existe agora
Um belo documentário
Onde o Bruno Maceté
Foi o grande visionário.

Um documentário fértil
Que foi feito em parceria
Com Danilo Umbelino
Que também teve autoria
Exaltando Maceté
Com grandeza e maestria.

No documentário vemos
Maceté com emoção
Na fala de Manoel Neto
E Maria Ascenção
O jovem José Felipe
E outros na relação:

Jorge Costa, José Hildo
Juca, Joaquim Moreira
Clóvis, Pedro, Manoel
Benigno, Mateus Ferreira
Maria da Soledade
Rivelino na soleira...

Divulgando Maceté
Com carinho e com afeto:
Fábio Paes, Antonio Olavo
Miguel Teles, Manoel Neto
Gereba, Roque Araújo...
Um grupo mais que seleto !

A Patuta e a Gum
Quero parabenizar !
E ao povo de Maceté
Que nasceu para brilhar
Espero que nesta vida
Nunca deixe de lutar.

Barreto aqui finaliza
Com alegria e emoção
Desejando a essa gente
Valorosa do sertão
Muita paz, muita saúde
E amor no coração.
         
 FIM

Planeta Terra, 25/05/2012

sábado, 26 de maio de 2012

Celebração da História: O Fogo de Maceté e a Guerra de Canudos


Há exatos 119 anos hoje, acontecia na comunidade de Maceté um marcante fato que ficaria eternizado na história do povoado, trata-se do primeiro confronto entre Antonio Conselheiro e seus seguidores, contra a policia baiana.


Para relembrar este episódio, aconteceu ontem 25.05 a tarde na Escola de Maceté, uma palestra com  Manoel Neto, professor da UNEB,CEEC , os professores, alunos e demais ouvintes puderam ter a oportunidade  de assistir a palestra de um dos maiores estudiosos  da Guerra de Canudos, o episodio considerado por muitos  não como uma guerra e sim um MASSACRE.

Tivemos durante a palestra sorteio de livros e  dvd,s  para a platéia que  formada por alunos, professores a parte da população que lotaram o espaço, tivemos a honra ter na platéia um ilustre cidadão de Maceté, Joaquim Moreira, homem mais idoso da comunidade, nos presenteou com sua presença.
Tivemos Também a oportunidade de ganhar um cordel feito pelo Cordelista Antonio Barreto, que presenteou o evento com sua apresentação. 


A noite tivemos na praça apresentações cinematográficas, vídeos antigos onde mostram Maceté há alguns anos atrás, causando emoção nas pessoas, quando reviam seus parentes ainda crianças.
Assistimos também ao Documentário Maceté-Memorias da Terra e do Povo, de Bruno Maceté e Danilo Umbelino,onde narra um pouco da história do povoado.


Esperamos que proximas realizações acontecam na comunidade que é tão carente de atividades dessa magnitude.

O evento contou com Idealização de Bruno Maceté, parceiros, ESCOLA TERTULIANO, CEEC/UNEB, ONG HUMANAS e QUIJINGUE.COM.

Agradeço a todas as pessoas que contribuiram para a realização do evento, aos meus familiares, todos os amigos, Julio e Hamiltonentre outros, e  os funcionários da escola.


Veja as fotos AQUI

quinta-feira, 24 de maio de 2012

UM SALÁRIO MÍNIMO, NO MÍNIMO

O Tribunal de Contas dos Municípios julgou procedente denúncia do vereador Reginaldo (PT) contra o prefeito Joaquim (PSD).

A denúncia diz respeito ao pagamento inferior a um salário mínimo aos servidores da prefeitura.

O TCM aplicou multa ao prefeito no valor de R$ 500,00.

O Tribunal determinou que nenhum servidor público municipal receba salário inferior ao salário mínimo. 

TCM também recomendou que o prefeito adote imediatas providências, sob pena do descumprimento resultar na adoção de penalidades mais rigorosas.
 
 
Existe diversos servidores, que prestam serviço a prefeitura sem receber um salário mínimo como também nenhuma garantia em relação a saude,  e direitos trabalhistas.
 
 
Informações:Quijingue.com
 
 

sábado, 19 de maio de 2012

História e Cultura: O Fogo de Maceté e Guerra de Canudos



No dia 25 de maio na comunidade de Maceté acontecerá algumas ações voltadas ao campo da história, da memória e da cultura popular.

Em Maceté no dia 26 de maio de 1893, aconteceu o primeiro combate entre Antonio Conselheiro e seus seguidores contra a policia baiana, fato este  marcado na história e escrito por  Euclides da Cunha  no Livro “Os Sertões”. as lutas aconteceram na casa do senhor Viana, onde conselheiro pernoitou.

Poucas pessoas conhecem esse fato importante, como também pouco valorizam a importância da história do nosso povoado, sendo que essa é a nossa própria história.

Abaixo segue algumas citações suprimidas que estão no livro os Sertões, onde se faz referencias ao combate que ocorreu em Maceté,

A tropa alcançou-os em Masseté, [...], As trinta praças, bem armadas, atacaram impetuosamente a turba de penitentes depauperados, certas de os destroçarem à primeira descarga.[...], Deram, porém, de frente, com jagunços destemerosos. (Cunha, pag.165).

Abaixo, Antonio Conselheiro conversa com o Frei Monte-Marciano, em Canudos em 1896, depois do combate de Maceté.

 É pra minha guarda que tenho comigo  estes homens armados, porque V. Rvma. Há de saber que a policia atacou-me e quis me matar no lugar chamado Masseté, onde houve mortes de um e outro lado. (Cunha,pag.191).

O livro foi publicado em 1902, observem que naquela época Maceté foi escrito com “SS”, 

A palestra “ O Fogo de Maceté e a Guerra de Canudos” será ministrada pelo Professor   da  UNEB, Manoel Neto, um dos maiores estudiosos da tematica da Guerra de Canudos, conhecido nacionalmente pelos estudos relacionados ao Sertão.

Além da palestra teremos varias outras atividades,
Na literatura, teremos apresentação de um Cordel sobre Maceté, feito especialmente para o evento,  pelo grande Cordelista, Antonio Barreto.

No mesmo dia, teremos também , distribuição por sorteio de alguns exemplares de livros doados pela Biblioteca Publica, com a contribuição de Miguel Teles.

 A realização da palestra nesta semana, tem a intenção de contribuir para um melhor entendimento do contexto histórico do Brasil na época  da  Guerra de Canudos, ter consciência do que está por trás do massacre que ocorreu na nossa região. Tentar contribuir também para uma percepção  da importância desse exemplo de luta e de resistência do povo sertanejo contra a opressão e o abandono por parte do estado, pessoas que derramaram seu sangue lutando por condições dignas de vida.
  
O  evento é aberto ao publico,  acontecerá no auditório da  Escola,
A noite a exibição do Documentário Maceté- Memorias da Terra e do Povo, que narra a história da comunidade através de depoimentos dos moradores. Logo depois teremos apresetanção musical de Antônio Barreto.

Por: Bruno Maceté
Organizador  

Referências:
CUNHA, Euclides da. Os Sertões,5ªed. Edições de Ouro, Rio de Janeiro, RJ, 1914.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cancelado o São João de Quijingue

A prefeitura de Quijingue publicou um decreto nesta quarta feira (9), onde cancela todos os festejos juninos no municipio neste ano.
O gestor municipal Joaquim Manoel dos Santos, justificou que o cancelamento foi devido a grande seca que assola a região.







Foto:Quijingue.com

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Quijingue: Acidente causa morte de jovem

Um grave acidente ocorrido ontem (2), envolvendo uma moto e uma bicicleta, deixou um morto e dois gravemente feridos. Os Jovens Joilton do Carmo, 22 anos e Leone 31anos, ocupantes da moto bateram violentamente contra o jovem Cláudio da Costa, 29 anos, conhecido como liteza, que seguia de bicicleta na estrada. O acidente aconteceu na BA 381, nas proximidades do Distrito de Algodões, por volta das 19h. Os três foram levados para o Hospital Municipal de Quijingue. Joilton do Carmo, que pilotava a moto não resistiu e faleceu quando estava sendo transferido para o Hospital Clériston Andrade em Feira de Santana. O carona da moto, Leone, sofreu varias escoriações pelo corpo mas já recebeu alta. A outra vítima, Cláudio da Costa, está internado em estado grave em Feira de Santana.

Informações:Quijingue.com

quarta-feira, 2 de maio de 2012

PMDB aconselha prefeitos a suspenderem festas por causa da seca

A executiva estadual do PMDB emitiu resolução aos seus prefeitos no interior da Bahia na qual sugere a suspensão das festas populares de São João para que os recursos originalmente destinados aos festejos sejam utilizados no combate à seca que atinge o estado. No documento – assinado pelo presidente do PMDB baiano, deputado Lúcio Vieira Lima, e pelo secretário-geral da legenda, Almir Melo – o partido aconselha o “emprego de recursos públicos na implementação de medidas emergenciais no combate à seca, com a urgência que a situação impõe, enquanto não for solucionada a falta de abastecimento de água para uso humano e agropecuário no Estado”. Em outro trecho do texto, a sigla defende que “os gastos públicos dessas municipalidades, vitimadas pela seca na Bahia, em eventos e festas populares, devem ser suspensos e alocados na forma disposta no artigo anterior, diante do cenário caótico e de penúria que se está vivenciando no Estado com a seca”. 
 
 
Fonte:BN