Está para ser votado na câmara de vereadores de Quijingue, o plano de Ação para a educação municipal nos próximos dez anos. O plano é uma proposta elaborada pelos professores do município, que dispõe sobre como deve ser a aplicação dos recursos destinados à Educação do município. Após alguns pedidos de emendas, por parte dos vereadores Antônio Brito, Reginaldo, Célia e Baio, na sessão da última terça-feira (8), o plano voltará para análise das comissões da casa. O Presidente da câmara, Washington Góis, lembrou que haverá bastante tempo até o final do ano para a discussão e aprovação do plano e garantiu que até lá a matéria será votada.
A votação será retomada na próxima semana.
Expedientes
Em seus pronunciamentos os vereadores versaram sobre vários temas, mas principalmente sobre a Educação Municipal.
O vereador Antônio Brito criticou a ‘incoerência’ entre os recursos gastos com os transportes para educação e saúde e a qualidade do serviço prestado. Brito exigiu por parte da administração municipal mais transparência sobre quais são os veículos que prestam serviços à Secretaria de Saúde, a Sec. de Educação e seus contratos. Segundo o vereador, existem mais de trinta carros que constam como prestadores de serviço à Sec. De Saúde, por exemplo, mas que ninguém sabe ao certo quais são.
Já o vereador Reginaldo, criticou a falta de manutenção de algumas escolas do interior do município, que, segundo ele, muitas não funcionam sequer o banheiro. Reginaldo disse ainda que as emendas apresentadas por ele e os demais colegas da oposição são aditivas e modificativas, ou seja, o que se busca é colaborar e aperfeiçoar com o plano da educação.
Como exemplo de emenda aditiva, Reginaldo disse que acrescenta ao texto plano a construção de quadras poliesportivas cobertas, nas escolas de médio e grande porte do município. Segundo o vereador, o governo municipal administrará no próximo ano mais de 19 milhões de reais de recursos da educação, ou seja, “dinheiro é que não falta”, disse. Outro ponto questionado pelos vereadores da oposição foi sobre o tempo previsto no plano para as execuções das propostas do plano, “não é possível esperar quatro anos para se construir ou reformar uma escola, já que os recursos existem e podem ser captados através dos programas federais e estaduais, a qualquer tempo”, disse Reginaldo.
A oposição afirma que a gestão atual tenta se isentar de responsabilidades com o plano, deixando a sua execução para os próximos gestores. Por isso buscam, através das emendas, garantir que a aplicação do plano aconteça já a partir do ano que vem, ainda no governo atual.
O vereador José Romero (Baio), enfatizou o que seu colega Reginaldo havia dito, dizendo que as emendas apresentadas têm o objetivo de melhorar alguns aspectos do plano da educação. Para o vereador Baio, as ações devem começar o quanto antes, dado as urgentes necessidades do município. Baio aproveitou para questionar aos vereadores da base governista, sobre uma Patrol que consta como locada ao custo de 10 mil reais mensal, mas que não se sabe o paradeiro. Segundo Baio, além dos 10 mil reais mensais, a Patrol consome 10 mil de óleo todo mês.
Ao fazer uso da palavra, o vereador Clóvis ratificou a importância do plano para educação e cobrou dos colegas, vereadores, serenidade ao tratar da questão, considerando as reais possibilidades do município, para que as coisas aconteçam de fato. Clóvis disse que é preciso evitar a “espetacularização”, com fins eleitorais, dos temas tratados na casa.
O vereador Valdemiro, em seu pronunciamento lembrou que o município já vem desenvolvendo ações que estão contempladas no plano e relacionou, como exemplo, 20 obras de construção e reforma em andamento ou já concluídas nas escolas do município. Para o vereador, o governo municipal tem o objetivo de intervir com reparos e melhorias em 100% das escolas até o final do mandato do atual prefeito.
A vereadora Célia Santos, parabenizou aos professores pelo plano e reafirmou a sua importância para a educação do município. Célia questionou sobre os valores aplicados nos transportes escolares, lembrando que a manutenção dos transportes e o pagamento do motorista fica a cargo no proprietário do ônibus e que os valores pagos atualmente por veículo são muito baixos, não permitindo que os mesmos possam apresentar um bom serviço. Sobre essa questão, o vereador Antônio Brito afirmou que o montante dos valores aplicados no setor são mais que suficientes, mas que não ainda não teve acesso ao detalhamento dos gastos. Disse ainda que existem locadores privilegiados, em que a prefeitura paga o aluguel e o salário do motorista.
O Vereador Vando, também parabenizou os professores pelo plano e aproveitou para criticar seu colega Reginaldo, por, segundo ele, trazer questões pessoais para o plenário da câmara. Uma atitude que considera ‘deselegante’ e desnecessária. Vando se referiu ao fato do vereador Reginaldo ter citado a sua filha em uma denúncia. O vereador Reginaldo se defendeu dizendo que respeita e que nunca trata da vida pessoal de seus adversários políticos. Disse ainda que as suas denúncias podem ser comprovadas através de documentos. Segundo Reginaldo, a filha do vereador Vando, a Srª Mirabe Cavalcante Moura, aparece cadastrada no DATASUS como auxiliar em saúde bucal, com carga horária de 20h no PSF do povoado de Lagoa do Junco e mais 20H na unidade da Saúde da Sede, porém, ela nunca trabalhou na Sede, afirma Reginaldo, que encaminhará as denúncias ao Ministério Público.
A questão do Lixo
Outro tema bastante discutido na sessão foi à questão do lixo. Os vereadores Reginaldo e Washington falaram do problema em Algodões. Segundo Reginaldo, as pessoas daquela localidade estão reclamando sobre o lixo que vem se acumulando próximo ao espaço da praça de eventos e sobre uma feira de animais, que acontece próximo às lanchonetes. Uma situação que já foi motivo de abaixo-assinado por parte dos moradores, que solicitam a remoção da feira de animais.
O vereador Expedito discordou dos colegas quanto a questão do lixo e afirmou que a limpeza desses locais está acontecendo normalmente. O que o houve no caso do lixo da praça de eventos, segundo Expedito, foi algo isolado provocado pela chuva. Já o vereador baio, criticou a decisão da gestão municipal de reduzir o recolhimento dos lixos domésticos para apenas 3 dias na semana.
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