sexta-feira, 29 de maio de 2015

A comunidade de Maceté resgata sua história: 122 Anos da passagem de Antônio Conselheiro

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Este ano, o Fogo de Maceté foi com chuva. Muita chuva. Um motivo a mais para celebrar os 122 anos da passagem de Antônio Conselheiro pelas terras da comunidade que dá nome ao evento.
Estávamos no povoado Maceté, município de Quijingue, mais precisamente na Escola Municipal Tertuliano da Silva. Dia 23 de maio (sábado) era o segundo dia da programação e a agenda cultural diversificada estava lotada.
Durante os três dias do evento, o local recebe visitantes de diversas comunidades e cidades vizinhas. A presença de jovens é marcante e não é difícil logo descobrir o porquê: tudo por aqui é organizado pelo Coletivo de Jovens.
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Representante da BF fala sobre a proposta da visita
Este ano, o Fogo de Maceté contou com uma visita, digamos, diferenciada. Bernardo Carvalho é fotógrafo, membro da BrazilFoundation, organização internacional que apoia iniciativas do Coletivo Regional Juventude e Participação Social, e veio dos Estados Unidos para registrar imagens e colher depoimentos de jovens sobre o impacto e transformação que o Coletivo tem na vida de cada um.
O dia começou com a apresentação do documentário Ser-Tão Quijinguense, uma crítica a respeito da reforma da Praça Tiradentes, localizada no centro da cidade de Quijingue, e que, segundo relatos de moradores, está desconfigurando a história do local, sobretudo pela derrubada de árvores históricas e mudanças na arquitetura original do coreto, construção que é marco da história da pacata cidade.
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Eduardo, membro do Coletivo de Euclides da Cunha
Frente aos cliques do fotógrafo brasileiro com sotaque nova-iorquino, resultado dos longos anos de vivência no país norte-americano, alguns jovens relataram as mudanças que o Coletivo os proporcionou. Eduardo Damasceno, jovem, agricultor familiar da cidade de Euclides da Cunha foi certeiro com as palavras, as quais denotam vasta experiência de luta com movimentos sociais. “Estou desde 2008 no CRJPS e digo que sessenta por cento da minha formação política foi o Coletivo que me ensinou”.
Um pouco depois é possível pescar na fala de Paulo Abreu, jovem da comunidade de Algodões (Quijingue), o resumo do seu sentimento de integrar o Coletivo Regional. “A partir do momento que eu conheci, eu me apaixonei”.
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Jovem sempre destaca origem indígena
Mas talvez uma frase do índio Adelson Reis, que viajou muitos quilômetros de estrada de chão e tantos outros sobre o asfalto, aponte uma das diretrizes principais do CRJPS. “O Coletivo me abriu várias outras oportunidades. Eu dedico todas as minhas vitórias, todas as minhas conquistas ao Coletivo”.
No dia 26 de maio de 1893, a comunidade do Maceté foi palco de um violento combate entre os seguidores de Antônio Conselheiro e a força policial do Estado da Bahia. Dos dois lados, muitos morreram. O Fogo de Maceté, também chamado de “Fogo do Viana”, tem o objetivo de lembrar essa data pela importância do episódio histórico, e é um momento oportuno, também, para disseminar entre os jovens a verdadeira história sobre a Guerra de Canudos. Essas informações foram confirmadas pelo jovem Bruno Maceté, filho da terra e pesquisador do tema.
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Bernardo realizou entrevistas com diversos jovens do CRJPS para mapear as mudanças a partir do projeto
Bernardo, o brasileiro com sotaque nova-iorquino, gostou do que viu. Acostumado a fotografar e registrar depoimentos de integrantes de diversos projetos apoiados pela BrazilFoundation, ele disse que o trabalho desenvolvido pelo CRJPS faz uma grande diferença na sociedade. Recebeu das mãos de uma jovem uma camisa do evento e foi obrigado a inverter de lado. De fotógrafo, passou a ser fotografado.
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Jovem do Maceté entrega camisa do evento para Bernardo
A luta do Maceté ainda não terminou. Cessou o fogo, mas os gritos da comunidade ainda ecoam por melhoras. E como arma de fogo é proibida, a juventude, que assume a linha de frente nessas novas batalhas, lança mão de outro artifício para provocar o poder público: a arte. “Não há Vagas” é um documentário, uma produção bem humorada que retrata o problema da superlotação do cemitério da comunidade. O curta é resultado de uma oficina de audiovisual desenvolvida este ano com jovens de algumas comunidades do município.  A coordenação e execução das oficinas foram de Bruno Maceté e Marcos Leone, dois jovens frutos do Coletivo Regional Juventude e Participação Social.
A paisagem da Serra de Algodões, também chamada de Serra de São Sebastião, ilustra outro documentário produzido durante a oficina e intitulado como “Aos Pés da Serra”. O vídeo mostra Adriano Mota, artesão e morador, relatando as impressões e a relação dele com o local, de onde ele diz extrair a matéria prima para realizar seu trabalho.
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Redução da maioridade penal e depressão foram temas de debates entre os jovens
Ao final da tarde, o frio que agraciava o espaço do evento foi amenizado com um debate caloroso e enriquecedor sobre a redução da maioridade penal. A discussão foi conduzida por Dailson Andrade, membro da coordenação do CRJPS. A psicóloga Gilma Reis, egressa do Coletivo de Jovens da cidade de Araci, coordenou uma discussão sobre depressão, o mal do século XXI, tema que despertou a atenção e participação de todos os jovens durante a rodada de diálogo.
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Cia teatral de Canudos trouxe o espetáculo para o Maceté
À noite, crianças, jovens, adultos e idosos lotaram o espaço da escola para assistirem a encenação da peça Melelego, da Companhia Teatral de Canudos, e que retrata a história da Guerra de Canudos de uma forma que não fora contada nos livros de História. A título de curiosidade, melelego é um prato típico da cidade histórica de Canudos, similar a uma feijoada.
Com o fim da apresentação teatral, a praça principal do Maceté se transformou num grande palco a céu aberto para receber o grupo local de reisado. A partir daquele momento, o frio era imperceptível e a garoa não incomodava, mas agraciava todo aquele povo alegre, que cantava e dançava divertidamente.
Josevaldo Campos
Redação Portal Tucano

segunda-feira, 18 de maio de 2015

122 ANOS DO FOGO DE MACETÉ- PROGRAMAÇÃO NOS DIAS 22,23 E 24



A comunidade de Maceté se prepara para a celebração da passagem de Antônio Conselheiro pelo povoado a qual marca sua  história. Dia de 26 de maio de 1893, conselheiristas armados de espingardas de caça, foice, facão e muita bravura enfrentaram o ataque policial composto por 35 soldados que fora enviado para massacrar os sertanejos. Estando em processo de rezas proferidas pelo Beato, o povo é atacado e resistem bravamente causando a fuga dos soldados, o saldo negativo foi a ocorrência de várias mortes.

Durante alguns anos, desde 2007 diversas atividades foram realizadas em prol do resgate histórico  e sua importância para a memoria da comunidade e do município de Quijingue.   Há três anos, as realizações tem sido organizadas constantemente de forma diversificada  tendo diversas parcerias importantes.

Este ano de 2015, na celebração do 122 anos do Combate, será lembrado o centenário do professor José Calasans, falecido em 2001.

Calasans é considerado um dos maiores estudiosos do Brasil na temática da guerra de Canudos, consequentemente teve sua grande contribuição com os estudos sobre o histórico combate em Maceté. O professor é um dos responsáveis por evidenciar e registrar em livros sobre os aspectos mais intrínsecos relacionados ao combate como informações sobre o Viana, e demais relatos conhecidos por todos nós.

Este ano, em parceria com a prefeitura de Quijingue uma programação diversificada está sedo organizada para acontecer em Maceté, entre os dias 22 e 24.